O embrião do que viria a ser a COLIVRE
A ideia do que viria a ser a COLIVRE nasceu enquanto eu e outros amigos estávamos no curso de Ciência da Computação na UFBA. Tínhamos um grupo muito forte de software livre, e percebíamos um atraso no mercado de trabalho local com relação à adoção de software livre. O grupo do software livre tinha uma grande interseção com o grupo do movimento estudantil, organizado no Diretório Acadêmico (DACOMP). Além da representação estudantil junto ao colegiado do curso e ao departamento de Ciência da Computação, realizávamos muitas atividades: trote solidário, minicurso de GNU/Linux para os calouros, eventos de software livre, seminários acadêmicos.
Estávamos em 2002, e alguns de nós começavam a vislumbrar a formatura, e a perspectiva de ter que trabalhar com software proprietário nos fez começar a discutir a possibilidade de criar as nossas próprias oportunidades de trabalho onde isso não fosse necessário.
Nós não sabíamos exatamente o que fazer, mas definitivamente queríamos fundar uma organização que trabalhasse com software livre. Esse projeto recebeu inicialmente o codinome de GNUPIA, e inicialmente pensamos em algo como uma ONG, mas ainda em 2002 já sabíamos que na verdade o que a gente precisava era uma cooperativa. Boa parte dessas discussões iniciais foram documentadas no wiki do DCC.
O grupo de definia da seguinte forma:
Grupo de interesse na difusão do software livre e da filosofia de liberdade de informação. União que promove a Propriedade Intelectual Livre para contribuir com a educação e desenvolvimento da comunidade.
No wiki existe o registro de pelo menos 7 reuniões do grupo que estava trabalhando nisso. Havia um sistema para que cada futuro cooperado colocasse suas experiências, e os serviços que se propunha a realizar, mas a lista de serviços prestados coletivamente pela cooperativa nunca chegou a ser compilada.
Chegamos até a ter um esboço de estatuto, mas mas a vida aconteceu, e 2002 não foi o ano em que fundamos uma cooperativa.